Foi realizada na manhã desta terça-feira (23) mais uma edição do BenTalk. Dessa vez, a Diretora médica da BenCorp, Tatiana Trigo, e o CEO da Closecare, André Camargo, relembraram orientações e trouxeram novas instruções do evento realizado em março sobre gestão de absenteísmo, afastados e FAP.
Gestão do absenteísmo: por que é importante?
O absenteísmo é o nome dado para a ausência do colaborador, seja por falta ou por atraso – sendo um problema que eleva os gastos e diminui a produtividade das empresas. De acordo com André, cerca de 3% a 4% dos custos das companhias estão relacionadas à gestão de absenteísmo.
Nesse sentido, uma boa estratégia para reduzir o absenteísmo é necessária. O primeiro passo é entender as causas, que vão desde questões ligadas ao trabalho (segurança e saúde ocupacional) até condições clínicas do colaborador sem relação direta ao ambiente laboral.
Além disso, vale estar atento a:
- Política de atestados: quais realmente são válidos e podem justificar uma ausência;
- Frequência x Gravidade (atenção à recorrência das ausências e suas causas);
- Controle e organização dos documentos relacionados a perícias; e
- Ações preventivas para potencializar a saúde e a qualidade de vida do colaborador.
Gestão do absenteísmo: 7 vantagens para sua empresa
Em resumo, Andre elenca as principais vantagens e resultados de uma boa gestão do absenteísmo para as empresas:
- Fechamento adequado de folha de pagamento;
- ROI com uso da tecnologia;
- Quadro de funcionários qualificado;
- Visibilidade para SESMT e RH;
- Economia de tempo e ganho de eficiência do RH;
- Conhecimento de fraudes em documentos; e
- Reembolsos/Saving.
Gestão dos afastados: como lidar?
Além da ausência por falta ou atraso, o afastamento pelo INSS também tem diferentes impactos às empresas – como os tributários diretos e significativos, que acarretam despesas elevadas, mesmo que o INSS assuma o pagamento do auxílio-acidentário.
Para isso, a recomendação de Tatiana para uma gestão eficiente dos afastados é:
- Conheça as decisões da Previdência;
- Controle interno dos afastamentos: Base de afastados da empresa x Base de afastados no INSS (inconsistências);
- Análise dos atestados médicos;
- Monitoramento dos afastados verificando possibilidade de retorno (inclusive de forma gradual);
- Retorno ao trabalho assistido;
- Organização e controle dos documentos relacionados às perícias; e
- Gerenciamento do FAP (Fator Acidentário Previdenciário).
Além disso, o manejo humanizado do afastamento é fundamental para que tanto o colaborador quanto a empresa consigam cumprir o período até o fim sem prejuízos. Para isso, é preciso o suporte clínico, administrativo e jurídico por parte das organizações.
Gestão dos afastados: 5 vantagens para empresas
Quando realizada de forma eficiente, a gestão dos afastados traz:
- Redução no absenteísmo, diminuindo a recidiva e o tempo de afastamento;
- Promoção de saúde e prevenção de doenças;
- Diminuição da alíquota do FAP;
- Conhecimento sobre os principais problemas que envolvem a Saúde e Segurança do Trabalho; e
- Controle dos documentos para possíveis contestações legais.
Conheça o Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP)
A médica também chama atenção ao chamado Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP), ferramenta usada pela perícia médica do INSS para identificar quais doenças ou acidentes estão relacionadas estatisticamente com a prática de uma determinada atividade profissional.
De acordo com Tatiana, é feito um cruzamento automático entre os códigos da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) e da Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) – o que pode acarretar a uma série de consequências para as empresas.
FAP: como calcular e por que ficar atento?
Negligenciado por algumas empresas, o Fator Acidentário de Prevenção (FAP) é um multiplicador que varia de 0,5000 a 2,0000, sendo aplicado sobre as alíquotas de 1%, 2% ou 3% da tarifação coletiva por subclasse econômica.
O FAP incide sobre a folha de salários das empresas para custear aposentadorias especiais e benefícios decorrentes de acidentes de trabalho e é calculado com base nos últimos dois anos.
É preciso estar atento ao FAP, segundo Tatiana, uma vez que seu índice varia anualmente. Em contrapartida, empresas que não registram acidentes de trabalham podem garantir redução de 50% na alíquota.
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